Postado em 09/05/2017
Itens de demolição acumulam água devido às chuvas dos últimos dias. Moradores de Campinas, Sumaré e Indaiatuba estão preocupados.
Em tempos de dengue, chicungunya e vírus da zika, qualquer material que possa servir de criadouro para o Aedes aegypti gera preocupação. Em Campinas (SP), Sumaré (SP) e Indaiatuba (SP), segundo moradores, em algumas regiões há terrenos abandonados com restos de demolição, que após as chuvas dos últimos dias, estão acumulado água.
Há 20 dias, a Prefeitura de Indaiatuba demoliu cerca de 100 casas, mas o entulho foi deixado nos terrenos e pode virar criadouro para o Aedes. O comerciante Antônio Ferreira Dias reclama da situação.
“É uma preocupação de todos os moradores”, afirma. No local, a EPTV, afiliada TV Globo, encontrou pneus, garrafas, tambores e até restos de sofá, que podem servir de criadouro do mosquito.
“Cada dia as pessoas vão jogando mais lixo. É muita água. Tem muito perigo da dengue mesmo”, afirma a estudante Jeniffer Rodrigues, que mora na região.
Em Sumaré (SP), a situação encontrada pela reportagem foi bem parecida. Há pelo menos seis meses, a Prefeitura retirou famílias que viviam perto de um córrego. No entanto, os entulhos ficaram no local.
Na família da operadora de caixa Letícia Malta, que vive perto da área, todos tiveram dengue. “Eu, meu pai e a minha mãe já pegou dengue”, afirma.
Já em Campinas (SP), dezenas de casas foram demolidas há cerca de dois anos, no Jardim Santa Lúcia, por estarem em área de risco. No entanto, o entulho continuou no local e se misturou ao mato alto.
Segundo moradores, na área restam canos quebrados, que estão acumulando água. “Minha irmã tá grávida, inclusive, então, ela vive no repelente. Vive com medo do zika”, afirma a moradora Juliana de Oliveira.
De acordo com o pesquisador do Instituto Biológico, Isaías Cabrini, quanto mais tempo os focos permanecem no local, mais mosquitos vão surgir.
“A tendência é que ele encontre um criadouro que mosquitos já foram criados e isso atrai a fêmea com maior eficiência. Com o tempo, o entulho permanecendo ali a situação tende a se agravar”, explica.
Segundo a Secretaria de Obras de Indaiatuba, a limpeza do terreno citado vai ser iniciada nesta terça-feira (1º).
Já a Prefeitura de Sumaré, apesar de garantir que também vai resolver o problema, não definiu prazos, porque disse que a capacidade de coleta do município é limitada.
Em Campinas, a Secretaria de Habitação afirmou que já retirou o entulho e que a própria população está jogando objetos no local. No entanto, disse que uma nova nova limpeza na área deve acontecer ainda esta semana.
